Dúvidas & Matrix

Chegada a casa, da plena cavaqueira num dos cafés das redondezas.

Noite francamente memorável esta, em especial pela nostalgia que se fez sentir mas também pelas frases interessantes e peculiares que se fizeram pronunciar. Frases como “eu gosto é de buracos” ou “eu tenho o buraco com alergia” não são propriamente o que as pessoas mais esperam ouvir pela boca de alguém quando essa pessoa está somente a falar da profissão – arqueóloga; mas estando no círculos de putas e mal-dizer, já nada me surpreende, contudo o mesmo não posso dizer das pessoas que nos rodeiam pois ficam incrédulas como zombies a olhar para nós com cara de quem levou na bilha e não deu autorização para tal.

Ora é isso o meu ponto de focagem: as pessoas preocupam-se tanto com o que as outras pensam de si. Porquê?
Porque têm medo de serem julgadas por serem como na realidade são? Têm medo que sejam reprimidas aos olhos da sociedade?

Hm, na realidade é assim que as coisas se passam, mas esse pensamento remete-me um pouco para a filosofia do Matrix – que somos criados a partir do mesmo molde com um único propósito, viver as nossas vidinhas de forma impávida e serena enquanto seres hierárquicamente superiores se aproveitam disso. No entanto, há sempre defeitos de fabrico, os chamados renegados da sociedade, ora aí está. Quem nunca se sentiu um renegado? Isto só prova que o sistema tem falhas, e não são assim tão poucas quanto aparenta.

Pessoalmente, já passei por essa etapa e sobrevivi, tanto que agora, não a critíco – não estou a criticar, pois criticar sub-entende-se dizer pontos positivos e negativos, e eu caguei completamente para os positivos –, mas simplesmente me rio da mesma.

Comentários

ephebus disse…
Corremos o risco de nos tornarmos rebeldes sem causa, revolucionários pelo puro prazer de o ser. Há quem goste de chocar, e quem nunca desejou ser diferente? Quem nunca se quis rebeliar contra "O Sistema"?
Não digo que seja mau, não digo que seja bom mas... Não é já normal?
Quanto à nossa geração, penso que poucos ficariam a olhar com cara de parvos.
Gerações anteriores ainda não se habituaram à ideia de que não nos interessa o que possam pensar. Não compreendem como somos imunes aos olhares repressivos que tão bem os controlavam.
Mas a nossa fornada conhece poucos limites...
Talvez tenha nascido o próximo Neo.

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