Sunday, "Magic" Sunday

Dia essencialmente capitalista, para mim, claro está.

Ora não há nada como começar um dia a investir logo pela manhã. E não há nada melhor que investir em merdas que se goste, no meu caso, música, livros e enfeites de Natal – sim, tenho a paranóia natalicía em mim já desde há muito. Ao que aparenta, esta entrada de hoje soa-me a algo do género de uma revisão literária ou musical.

Boas acções do dia:

- não ter passado semáforos vermelhos e ter tentado respeitar ao máximo os limites de velocidade impostos pela Lei;
- não entrar em estado de parafuso quando as velhotas tentam usar a sua idade em proveito próprio, diga-se, ultrapassar as outras pessoas nas filas das caixas de pagamento;
- finalmente comprei o Amor é Fodido, de Miguel Esteves Cardoso;
- ter ignorado os denominados transmi-vendedores de informação do Círculo de Leitores.

Agora, aqui entre amigos, sempre me tinha questionado o porquê de nome tão roto para a sociedade ou raio que o valha... Círculo de Leitores... Agora já sei, segundo a técnica usada, assim é o nome, passo a explicar: há que rodear as potenciais vitímas de modo que estes não possam fugir uma vez já estando dentro do mesmo círculo. Sim, agora tudo parece muito mais claro. I CAN SEE THE LIGHT, OH THE LIGHT. MY EYES ARE MELTING, DAMN MY EYES!! – pequena falha ténica permitiu que todos os meus pensamentos viessem ao de cima.

Voltando ao livro, e sim, também sou uma pessoa séria, mas somente quando o quero e quando acho vitalmente necessário, houve umas quantas passagens que me captivaram a atenção por imediato, passo a citar:

- ”Quanto mais vou sabendo de ti, mais gostaria que ainda estivesses viva. Só dois ou três minutos: o suficiente para te matar. Merecias uma morte mais violenta. Se eu soubesse, não te tinha deixado suicidar com aquelas mariquices todas. Aposto que não sentiste quase nada. Não está certo. Eu não morri e sofri mais do que tu. Devias ter sofrido. Porque eras má. Eu pensava que não. Enganaste-me. Alguma vez pensaste no que isso representou na minha vida miserável? Agora apetece-me assassinar-te de verdade. É indecente que já estejas morta.

- ”Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa de ser o que é. Só na solidão permanece.


Poderia ficar eternamente a citar passagens, mas não tenho a paciência nem a vontade necessárias, portanto, o que sugiro, é que chulem este almanaque de vida este Natal. Citando as palavras do próprio autor: "um livro que não podia ter outro título, que só pode ofender as pessoas que não o lerem”.

Comentários

ephebus disse…
Círculo de Leitores - ou os Jeovás Intelectuais.
Se me perguntarem a sério, direi que se movem do mesmo modo... Chulando toda e qualquer pessoa msia vulnerável.
Caí uma vez em cada, jurei para nunca mais.
Mais depressa arrancarei as minhas unhas à dentada.

Adorei as citações... Estás sempre a ler livros portugueses interessantes, e tudo o que encontro em literatura nacional são futilidades.
Devo estar na prateleira errada...
Obrigado.

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