Cocoon’R’Us

As defesas humanas são um forte aliado da solidão. Vivemos num casulo que se abre poucas vezes durante uma vida, e quando o fazemos, normalmente, é sempre com mau timing. Irrisório, mas dado adquirido.

Tenho sido recentemente acusada de ser uma criatura distante e fria, imperceptível às minhas emoções e sentimentos, mas enganam-se os demais; não sou uma pessoa de relações (entendam-se triviais, a curto prazo), é um facto, mas sou uma pessoa emotiva que vive para amar e, que gostaria, quem sabe um dia, ser amada. Nota: Não faço dessa situação uma demanda pessoal.
Sou afável, dócil e interessada, mas facilmente me retraio quando vejo a situação transformar-se adversamente. É curioso como pretendemos e ambicionamos algo e quando as coisas não correm como queremos, somos os primeiros a fugir para o nosso castelo de sonhos, fechando todas as portas e janelas, para que ninguém veja o que verdadeiramente se passa.

Confuso?
Enfim: é a mente humana a fervilhar.

Comentários

Anónimo disse…
Dois dias e duas maneiras de agir e pensar? Ontem era o mito, hoje é a realidade?
Um post (como dizem os jovens, custa muito dizer, um texto, uma entrada) existencialista, este. Sintomático da época natalícia em que as pessoas se arrependem, mais um ano, da maneira como andaram a viver, ou uma introspecção natural? O importante é que reconheças esse lado. Há quem viva uma vida sem pensar sobre si e sobre a vida que leva. Assim, o facto de pensares, e de saberes como realmente és, dá-te um lado mais «humano». Embora, se calhar, amanhã já nem te lembres dele. Somos todos assim, não ligues. Ou melhor, devíamos todos ligar. Mas só normalmente só se faz uma introspecção existencial quando se está na lama. Quando se está bem, nunca nos lembramos disso. É o ritmo em que vivemos a nossa vida.
Agora que penso nisso, lembro-me sempre daquelas jovens que vivem a vida a correr, rápido de mais para chegar a nenhures. Um dia têm que parar, olhar para o espelho, e perguntam quem são, por que raio vivem da maneira que vivem, e por que raio andaram a fingir quem não eram. Isto de dizer «basta» e ir contra o «sistema» é difícil. É preciso ter «tomates», como diz o brejeiro. Toda gente tem direito a ser feliz, mas porra...Por que raio haverá sempre alguém a querer «fornicar» o juízo a alguém? As coisas deviam ser, de facto, mais simples, fluídas. Como nos filmes, por exemplo. Mas os filmes só têm 90 minutos, uma vida (in)felizmente tem mais que isso, muito mais. A vida tem cheiro, tem sabor, tem drama, alegria, morte. Um filme só tem imagem e tem que ser «softcore», para tristezas já basta a vida. Felizmente ainda há bons filmes/argumentos que captem o cheiro da vida quotidiana - Alan Ball e os argumentos para Sete Palmos de Terra & Beleza Americana - tal como ela é.
Enfim.. Deixei-me levar. Dou por mim a vir todos os dias ao teu blogue. Sinto-me, de alguma forma, um «penetra». Posso ser residente?
Podemos fazer amor no chão da sala a ver o 'Sozinho em Casa 2'? :|

Qualquer coisa
Anónimo disse…
Venho comunicar, por este meio, que estou deprimido. Desde que fiquei desempregado a vida não tem a mesma piada. Ainda tentei ocupar o meu tempo a ver pornografia na net, mas nada. Nada me excita o suficiente. Ainda tentei bater na minha mulher, assim, para não perder o hábito, mas nada. Tentei, por último, o teu blogue.

O Inspector da Pide.
[joking]

Mensagens populares deste blogue